domingo, 22 de dezembro de 2013

UM POLICIAL PARA O NATAL

 
 
É natural que, durante algum tempo, eu mantivesse a montra deste blogue sem qualquer alteração. Pudera! Tinha em exposição o meu próprio romance policial e era uma forma de mostrar ao passante - ou, eventualmente, aquele que mudasse do outro passeio da rua para este - a montra com esse meu trabalho publicado.









 
Acontece que estamos no Natal e há que alindar a montra com os artefactos atinentes à quadra. Ora, nada melhor do que expôr um romance policial dedicado, ainda para mais escrito por esse mestre da literatura policial que foi Georges Simenon.
Surge, desta feita, o livro da formidável Colecção Vampiro (o nº  426), precisamente intitulado "Um Natal de Maigret". Para ser mais preciso, trata-se de duas novelas e um conto do famoso escritor, cuja acção se desenvolve no Natal. Na primeira, o Comissário enfrenta um Pai Natal muito estranho que, entrando no quarto de uma criança, lhe oferece uma boneca e, em seguida, levanta as tábuas do sobrado "para ver o menino do andar inferior". Na segunda, o caso prende-se com alguém que percorre as ruas de Paris a partir os vidros dos alarmes dos postes telefónicos. O terceiro, que é um conto, relaciona-se com prostitutas, tudo isto no Natal.
Posto isto, um FELIZ NATAL para todos.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O LIVRO É NOTÍCIA

 
 
Um livro nem sempre é notícia. Quando o é, acontece naqueles jornais que ainda prezam os valores da cultura e que, como disse a minha personagem no post anterior, não se importam se foi o cão que mordeu o homem se foi o homem que mordeu o cão.
Dos três semanários da Guarda, dois anunciaram o lançamento - "O Interior" e o "Terras da Beira", remetendo-se "A Guarda" ao silêncio (dos inocentes). Do próprio lançamento, o "Interior" foi aquele que destacou uma jornalista para o evento e foi, através dela, que saiu a notícia reproduzida acima, em página ímpar e no interior do semanário, a cores.
É certo que, para alguma imprensa, só contam as notícias "práticas", predominantemente interessantes as dos dramas de faca e alguidar, acidentes mais ou menos aparatosos, a escorregadela de um político ou as galhetas que um envinagrado deu num parceiro quando estavam no jogo de cartas. É a imprensa que adoram as "mulheres do soalheiro".
Felizmente, há os jornais que abarcam todo o espectro da vida social, política, economica, cultural e desportiva. E é esses que continuarei a comprar e a ler, porque para "mulher do soalheiro"... só tenho o soalheiro, em dias de inverno.
Não estranhem eu vir aqui dizer isto, mas levem o "desabafo" em tom de notícia, porque relata a factualidade impressa e não impressa; relevem a frontalidade com que o digo, porque sempre - e em todas as ocasiões - consegui dizer aos próprios em privado aquilo que, depois, repetiria em público.
 
 
 
O HOMEM QUE "ACORDOU" O FURACÃO
"A mulher que sabia tudo" marca a estreia de Santos Costa no romance policial.
Sara Quelhas
"É um rapaz jovem, solteiro e não muito fiel". São estas as palavras que Fernando Santos Costa, nascido em Trancoso em 1951, utilizou para descrever o protagonista do seu primeiro romance policial, um inspetor tributário. "Não vejam nele nada de Santos Costa", brincou o autor, que pautou a apresentação de "A mulher que sabia tudo", que decorreu na "cidade bandarra" no sábado, pela partilha e troca de impressões com quem estava habituado a lê-lo noutra "pele".
A obra, editada pela Chiado Editores, surge depois de meia centena de livros de história, monografia, ficção e etnografia, muitos dos quais em banda desenhada; e em ainda cerca de 200 contos "cor-de-rosa" numa revista semanal. No entanto, o novo livro é a confirmação do gosto por este género, que já motivara a reunião das quase 700 obras da coleção Vampiro: "Gosto muito de romance policial, pois desafia o leitor a participar na história", confessou Santos Costa, que recusa comparações com o personagem principal, que também é narrador. "É uma extensão da minha imaginação", evidenciou o investigador, que escolhe "Hurricane" (Furacão) da banda 30 Seconds to Mars, como a música aglutinadora do decorrer da ação.
Um sequestro, um morto, uma mulher bonita e uma estação de metro precipitam-se no desenrolar da trama, em que o inspetor tributárioo se encolve numa investigação particular para descobrir os culpados. Mas o autor deixa um aviso:"Ele está habituado a crimes fiscais, não a crimes de sangue", comentou. "Tive a ousadia de escrever e propor este livro, pelo que espero que chegue à leitura com todo o agrado possível", referiu o escritor, votando que "a leitura faça esquecer momentos menos bons da atualidade". O "palco" é a cidade de Lisboa, um ambiente citadino que contrasta com a gente do povo que "habita" obras anteriores.
O livro foi apresentado pelo ex-diretor distrital de Finanças da Guarda Fernando Anciães, que trabalhou com Santos Costa na repartição de Trancoso, nos anos 70. "Era funcionário público por profissão, mas por vocação já era artista e escritor", frisou Fernando Anciães, elogiando o "interesse em divulgar tanto a cultura como as figuras históricas do concelho, que lhe deve muito". O ex-diretor distrital testemunhou a sua leitura das obras prévias do trancosense, salientando o "humor sadio" e a "capacidade de ver os pormenores que muitas vezes passam despercebidos". Apesar de entender que as características se mantêm, o interveniente defende que "A mulher que sabia tudo" "introduz algo inovador; ele lançou-se neste mundo e saiu-se bem". "Li de uma assentada, o que diz da qualidade",vincou.
 
Esta notícia também pode ser lida em:
 

 
 
Uma outra notícia pode ser lida em:
 


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A(O) PERSONAGEM ESCREVE SOBRE O AUTOR




Não sei se a alguma personagem foi dada a oportunidade, pelo seu autor, de se expressar, nem isso me interessa. No meu caso, o autor, deu-me liberdade para dizer, por mim e por ele, o que acho deste seu último romance, onde sou protagonista e parte.
Como saberão todos os que leram ou que eventualmente irão ler o livro, eu não estou identificado pelo nome - opção apenas do autor, que me contrariou -, mas todos perceberam que eu sou colega dele, no activo, enquanto o escritor já passou à reserva. Logo, estou à vontade para dizer o que penso e deixar-lhe aqui alguns conselhos pertinentes; e ele, se bem entender na sua casmurrice, deve ter em conta.
O Primeiro. Cem livros que ele venha a publicar, sem convites e sem lançamentos será o meu conselho. Convidar este mundo e o outro para só aparecerem os amigos, que de facto o são, para pagarem o livro, não se faz! É como convidar esses mesmos amigos para almoçarem em casa dele e cada um pagar o próprio almoço.
O Segundo. Se cair na esparrela de continuar a "convidar", que o faça através de uma comunicação com o título de Evento. Como sabem, o Evento é o deus romano que representa o Acaso, que se complementa com as divindades Fado e Destino. A apresentação de um livro que assim se designe integra-se no âmbito do Acaso, da Disponibilidade e da Amizade, factores que preenchem ou deixam sem ocupantes as cadeiras de um auditório; e evitam que os fotógrafos, num misericordioso jogo de enquadramentos, preencham a imagem apenas com as cadeiras ocupadas.
O Terceiro. Se persistir no Evento, que esteja atento às promessas do editor, não vá acontecer, como neste caso, que os convites e os cartazes prometidos, não tenham chegado, obrigando o pobrezinho a imprimir à pressa, a preto e branco, quarenta convites, dos quais apenas distribuiu, como carteiro e no dia anterior, apenas vinte e cinco. Para além de provar a sua inaptidão para trabalhador dos CTT, fez 25 apresentações prévias da obra, o que limita o tempo disponível para a tarefa.
O Quarto. Antecipadamente - e sem dizer para quê - procure indagar no círculo de amigos, os dias em que estão disponíveis, uma vez que, por Acaso de ambas as partes, agenda o lançamento para alturas em que os ditos não estão legitimamente disponíveis. Ora bem, eu vou ser sincero: se me convidassem para almoçar, com o intuito de eu pagar o almoço e ser servido por uma refeição que eu nem sequer escolhi, era capaz de arranjar uma piedosa escusa justificável. No caso dele, até teve sorte: apareceram pessoas que nem sequer tinham sido convidadas.
O Quinto. Se quiserem remeter um "press release" para anunciarem nos jornais locais, regionais ou nacionais, como notícia, o dito Evento, procurem pagar do próprio bolso a publicidade, porque isso é, para a maioria, a "não notícia", do género daquela do cão que mordeu o homem e não do homem que mordeu o cão. Os "media" não consideram a cultura notícia, a não ser que o escritor se imole, na praça pública, com a sua obra e uma garrafa de gasolina, se houver roubo de um quadro, se o maestro agredir com a batuta o pianista ou o realizador de cinema apalpar, em público, as nalgas da actriz principal. Por isso, paguem a publicidade. Lá diz o provérbio: " quem quer bolir com a moça, bole com o pé e com a bolsa".
O Sexto. Sigam o pensamento de Fernando Pessoa: "Que me pesa que minguém leia o que escrevo? Escrevo-me para me distrair de viver, e publico-me..."
O Sétimo. Este é o conselho para todas as personagens de todas as obras dos escritores e para os respectivos leitores. Nem tudo o que lá vem é verdade ou ficção. É o bestunto do autor a trabalhar. No meu caso - e pesa-me dizê-lo - calhou-me este Santos Costa, que não beneficiou a minha imagem, não consegue espalhar a minha fama e, ainda por cima, quase me enxovalha com os convites. Por isso, remato com a adaptação de um ditado popular: "Nem bois de cornos grandes, nem editoras grandes, nem burro que faz "im",nem escritores que escrevam o que este escreveu de mim, nem mulher que sabe latim e das que mijam em pé livre-nos Deus e dominé".

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

LANÇAMENTO DE "A MULHER QUE SABIA TUDO"

 
 
Pois ele aí vem…
Aproveito o “press release” para deixar aqui a pré-notícia do lançamento.
Decorrerá no auditório do Pavilhão Multiusos de Trancoso, pelas 16,30 H do dia 7 de Dezembro, o lançamento do livro “A MULHER QUE SABIA TUDO”, da autoria de Santos Costa, escritor e investigador de Trancoso. A obra será apresentada pelo Dr. Fernando de Jesus Anciães, ex-director distrital de finanças da Guarda.
Trata-se de um livro de ficção, caracterizado como policial, que pretende também promover a imagem expedita dos funcionários dos impostos, neste caso os inspectores tributários, uma vez que o personagem, envolvido acidentalmente numa investigação criminal, acaba por descobrir os culpados. Ora, o que tem isto de difícil, sabendo que a inspecção tributária, que se manifesta na descoberta de crimes fiscais, consegue detectar casos mais intrincados nas escritas mais abstrusas e dissimuladas?
Disse um anterior director geral dos impostos (que é agora ministro da Saúde), numa reunião que teve, em Lisboa, com os chefes dos serviços, o seguinte: "Até ser director-geral desta casa, não sabia que alguém pudesse fazer várias coisas ao mesmo tempo. Os funcionários dos impostos, podem."
O livro está escrito com um humor sadio e desenvolve-se a um ritmo frenético, pois o seu enredo tem lugar na actualidade. Em “A Mulher que Sabia Tudo”, Santos Costa dá largas à imaginação e percorre, com o seu “colega” de profissão, uma teia de encontros e desencontros, verdades, meias verdades e mentiras, para levar a personagem a uma conclusão: a mulher sabia tudo. Não seria para admirar, pensará o leitor após a leitura do livro, pois, por vezes, as mulheres até sabem demais (esta expressão foi oferecida pelo meu Amigo Jorge Magalhães).
Olhem, é o primeiro livro policial deste autor que assina também neste blog...
 Sinopse:
Um sequestro, um morto, uma mulher bonita e uma estação do metro, são os ingredientes iniciais para um funcionário das Finanças se ver enredado numa teia que nada tem a ver com impostos. Pelo meio, um intrincado naipe de suspeitos de um crime, cujos predicados não formavam um concentrado de bondade, a que não faltou uma frenética busca de luxúria, volúpia e êxtase.
Ao investigar a morte de um rico industrial e de uma tentativa frustrada de assassinato, naturalmente fora do âmbito das suas faculdades profissionais, mas forçado pelas circunstâncias, o trabalhador dos impostos viu-se a interrogar uma série de suspeitos. Teve de recorrer a alguns subterfúgios e outras manhas, que não constam dos compêndios da arte de tributar, e correu o risco de abandonar a cena numa maca do 112.
Tudo começou num dia em que a meteorologia previa céu muito nublado e aguaceiros. Para o nosso técnico fiscal, armado em detective policial, aquele não tinha sido um dos seus dias felizes. Envolvido nesta aventura, o inspector tributário, expondo o corpinho ao manifesto, podia gabar-se de ter sido parvo uma vez na vida… e foi esta. Parvoíce que o sujeitava a pagar um preço muito alto, com IVA incluído.
 Para quem aprecia a simbiose da música com a escrita, ouso recomendar a canção HURRICANE dos “Thirty Seconds to Mars”, encontrada, por exemplo, aqui - http://www.youtube.com/watch?v=BQJpSUEpuRg. É esta que eu enquadro nesta minha obra de ficção.
Para os que não receberam convite – e nem é preciso recebê-lo ou apresentá-lo, mesmo para o coffee-break – deixo-o também pregado nesta página.